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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Matosinhos: há uma Casa Encantada no Constantino Nery


O Cine-Teatro Constatino Nery recebe, de 25 de Maio a 9 de Junho, a peça “A Casa Encantada”, um projecto/performativo com encenação de Luísa Pinto. Mais um de muitos da encenadora naquele espaço, onde parece ter lugar cativo.
Na descrição posta à disposição do público p0ode ler-se que se trata de uma instalação encenada onde o actor procura uma relação mais próxima com o espectador. É uma viagem pelos espaços do CTCN cruzando o Teatro e Artes plásticas, vivenciando atmosferas diversas em cada cena. Inspirado em "A Casa encantada" (Spellbound) , título dado ao filme de 1945, realizado por Alfred Hitchcock, particularmente famoso pela cena que inclui um momento onírico vivido pelo personagem central, ilustrado pelo pintor Salvador Dali.
Estes projectos de Luísa Pinto nem sempre são bem-sucedidos e já assistimos a alguns que mais parecem ditados pela necessidade de "apresentar trabalho" do que por um genuíno esforço criativo por parte da encenadora. A responsabilidade é da gestão do Constantino Nery, que parece ter dificuldade em abrir as portas a outros criadores locais.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

FITEI perde António Lopes dos Santos


António Lopes dos Santos, fundador do Festival Internacional de Expressão Ibérica (FITEI), morreu no sábado no Porto. 
O festival conheceu a sua primeira edição em 1978, na capital nortenha, pela mão de António Lopes dos Santos,  Júlio Cardoso, João Maia e Estrela Novais. A edição deste ano, a 35ª, realiza-se de 28 de Maio a 3 de Junho, tendo sofrido um corte orçamental de cerca de trinta e oito por cento só este ano.

Matosinhos: A revolução de Abril vista do Brasil

A Revolução dos Cravos, movimento que derrubou a ditadura salazarista em Portugal na década de 1970 e instaurou a democracia no país, é retratada na montagem brasileira com o apoio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo e leva aos palcos um dos mais importantes momentos da história recente portuguesa, que permanece praticamente desconhecido do público brasileiro. Por cá, no Cine-Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, dia 24 de Abril, às 21h30, Márcio Boaro apresenta o seu espectáculo teatral, Ruptura - Um processo revolucionário. A companhia Ocamorana leva aos palcos um retrato fiel dos dias que antecederam o processo democrático em Portugal; das guerras coloniais na África; das angústias dos soldados do exército português, que levaram a cabo a revolução; do cotidiano de pessoas comuns, que após 30 anos de ditadura tiveram de aprender a lidar com a liberdade; e da reinvenção de uma nação que teve de pavimentar os caminhos da democracia. O espetáculo retrata, ainda, o que esse período tem em comum com os meses que antecederam as Diretas Já! no Brasil, exatamente dez anos após.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Büchner no D. Maria II

A MORTE DE DANTON de Georg Büchner Tradução Maria Adélia e Jorge Silva Melo Com Miguel Borges, Pedro Gil, Sylvie Rocha, João Meireles, Maria João Pinho, Rita Brütt, Afonso Lagarto, Alexandra Viveiros, Américo Silva, António Simão, Elmano Sancho, Estêvão Antunes, Gustavo Vargas, Hugo Samora, Joana Barros, João Delgado, João de Brito, José Neves, Luís Moreira, Marco Trindade, Mafalda Jara, Mirró Pereira, Nuno Bernardo, Nuno Pardal, Pedro Luzindro, Pedro Mendes, Tiago Matias, Tiago Nogueira, Ricardo Neves-Neves, Rúben Gomes, Rui Rebelo, Vânia Rodrigues e estagiários da ESTC (Bernardo Nabais, Damião Vieira, Daniel Viana, Diogo Tormenta, Filipe Velez, Isac Graça, Ivo Silva, João Pedro Mamede, João Ventura, Pedro Loureiro,Rafael Gomes, Ricardo Teixeira) Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Direcção Musical Rui Rebelo Assistência Leonor Cabral,Joana Barros, Pedro Mendes e Alexandra Viveiros Ponto João Coelho Encenação Jorge Silva Melo Em Co-Produção com o Teatro Nacional D. Maria II /Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura/ Artistas Unidos
No Teatro Nacional D. Maria II (Sala Garrett) de 15 de Março 22 de Abril de 2012

Danton Sabemos tão pouco um do outro. Somos elefantes de pele grossa, estendemos as mãos, mas é uma perca de tempo, roçamos só os nossos couros um contra o outro - estamos muito sós.
Georg Büchner, A Morte de Danton

Pretender fazer A Morte de Danton, o enigmático texto de Georg Büchner é desejo profundo de quem começou a dirigir espectáculos nos velhos anos 70 daquele outro século, sanguinário também. Porque é na Morte de Danton que se lançam todas as questões do teatro que depois nos viria a interessar, é nela que a herança de Shakespeare é ultrapassada e o seu sopro histórico absorvido. Peça desequilibrada, insólita, premonitória, desarrumada, desalinhada - em que às cenas de multidão se sucedem as insónias mais íntimas, em que a História é vista como um pesadelo nocturno, peça de um negro pessimismo, é a peça sangrenta de um rapaz fixando a morte. E a mim sempre me interessaram os escritos de juventude. Do jovem Brecht à jovem Sarah Kane, do jovem Harrower ao jovem Fosse ou ao José Maria Vieira Mendes - tenho-me encontrado sistematicamente entre aqueles que afinam ainda a voz, que ainda não encontraram o equilíbrio formal, que ainda sangram. E A Morte de Danton é esse texto: as convulsões da História vistas por um rapaz perplexo, aflito, inseguro, perante a morte.
- Jorge Silva Melo

A peça segue o destino de George Danton, poderoso orador e líder das forças antimonárquicas pós-revolucionárias, que se volta contra o poder exercido pelos seus correligionários (nomeadamente Robespierre) e tenta parar as medidas que trazem tanto sofrimento ao povo. Robespierre manda prendê-lo e usa o Tribunal para condenar Danton e toda a oposição à morte, consolidar o seu poder e chacinar inúmeros milhares de homens, mulheres e crianças. Mas, “em vez de um drama, em vez de uma acção que se desenrola, se intensifica e enfraquece, A Morte de Danton segue os últimos sobressaltos e os últimos estertores que precedem a morte”, escreveu Karl Kutzov, mal leu o texto que Büchner, lhe enviou. O sofrimento e a morte ocupam um lugar preponderante no drama: a morte seria uma “doença que faz perder a memória” , ela é “a encantadora senhora Putrefacção” “o grande manto sob o qual todos os corações deixam de bater e todos os olhos se fecham”; uma realidade obcecante, que as pessoas desafiam e temem. Sofrer é um pensamento insuportável: “Não receio a morte, mas a dor, ela é o único pecado, e o sofrimento é o único vício”.
- Jean-Louis Besson, Le thèâtre de Georg Büchner

Büchner, apaixonadamente humano, politicamente rebelde, manifestando-se com impaciência, queria claramente que a forma da sua peça se ajustasse às suas visões radicais das personagens, da política e da história. A Morte de Danton é a primeira peça a começar depois do seu clímax. O destino do protagonista já está mais que decidido antes de a peça começar. A peça poderia igualmente chamar-se Danton a Morrer. A peça ainda nem tem um minuto e já nós estamos completamente imersos nela. Ao longo da peça, cenas longas e curtas, activas e introspectivas quase se atropelam umas às outras. A ideia da fusão de cenas através de mudanças de luzes, algo muito familiar ao teatro de hoje - e, claro, ao cinema - era rudimentar num teatro que ainda não tinha, nem tinha sequer concebido, a iluminação eléctrica.
- Stanley Kauffmann, Büchner: A Revelation

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Copi em "Silêncio Profundo" no Porto

O Maria vai com as outras, no Porto, vai acolher a partir de dia 20 de Outubro a peça Silêncio Profundo, uma adaptação de Tó Maia da obra de Copi, O Homossexual ou a Dificuldade em Exprimir-se.
Adriano Barrias, Gina Mendes e Hernâni Miranda são os intérpretes desta peça inspirada numa das mais alucinantes criações do controverso dramaturgo argentino, um jogo em que o espectador se vê confrontado com a dúvida permanente sobre a identidade dos personagens.
Hernâni Miranda e Tó Maia aproveitaram o espaço da cave do Maria vai com as outras, na Rua do Almada, para recriar o ambiente do degredo soviético em que se passa a peça. A interacção dos três personagens sustenta assim todo o espectáculo, com as suas verdades e dúvidas sobre a/as identidades de cada um.
Para não perder, esta iniciativa do Armazém NúmerUm, que assina a produção.
M.F.