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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Livro: 'O Retorno' de Dulce Maria Cardoso

Lançado em 2011, este livro de Dulce Maria Cardoso é um relato honesto da descolonização, da vida dos retornados na Metrópole e das condições por que passaram milhares de pessoas que viram os seus mundos e as suas vidas desaparecerem no espaço de poucos meses.
Recomeçar nunca é fácil e há muito quem fique pelo caminho. Refazer a vida numa realidade completamente diferente e adversa também dificilmente é uma história bonita, sobretudo quando estes temas abalam as ideias feitas que a generalidade das pessoas gosta de alimentar.
Sem cair na fórmula fácil do relato biográfico, Dulce Maria Cardoso conta uma história de grande intensidade, vivida e apreciada pelos olhos de um adolescente, cheio das noções que lhe foram transmitidas pelos seus educadores e pelos seus pares sociais e, simultâneamente, com um descrédito que assoma não poucas vezes da sua observação imediata dos factos.
A autora consegue reunir num único livro todos os factos, emoções, lembranças e expressões comuns a milhares de pessoas que de repente chegaram a Portugal em fuga, deixando para trás bens, amigos, familiares e tudo o que constituía a sua história e a sua segurança até ao momento.
Muito bem escrito, com um ritmo impecável, é um livro que não se quer parar de ler e que deixa um vazio quando se acaba. Numa edição cuidada, sem gralhas e com um grafismo bonito, O Retorno é uma leitura obrigatória para quem quer conhecer ou relembrar a saga dos retornados das ex-colónias portuguesas.
Dulce Maria Cardoso aborda com grande frontalidade e honestidade o tema, contando uma história difícil, nomeadamente no que toca ao racismo e ao preconceito. A sua seriedade não choca nem esconde factos, surpreendendo-nos com a delicadeza com que também trabalhou o seu texto.
Marita Moreno Ferreira

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Literatura: 'Para onde vai o nosso dinheiro', de Lurdes Feio

Lurdes Feio é a autora de Para onde vai o nosso dinheiro - Uma jornalista nos bastidores da Administração Pública, obra editada pela Ésquilo, que vai ser apresentada no El Corte Inglés (Lisboa) no dia 17 de Julho, às 19 horas. A apresentação vai ser feita por Marcelo Rebelo de Sousa, que também prefacia o livro.
«Nesta colecção de situações, factos, pessoas e circunstâncias perpassam as pequenas grandes questões culturais da nossa Administração Pública. Com argúcia, algum humor e bastante senso crítico. Questões culturais — digo bem, já que o problema maior da Administração Pública portuguesa é cultural, de cultura cívica, de mentalidade. (…)
(…) vale bem a pena ler as linhas que se seguem. Para uns, explicam coisas que, antes, não entendiam. Para outros, lembram episódios das suas sagas pessoais e colectivas. E a autora merece uma palavra amiga de elogio e de agradecimento.
Nada como ter vivido o que viveu e saber narrar o que a rodeia para fazer nascer este vade mecum administrativo além do mais útil breviário para quem não desiste de servir a causa pública numa era que a nova mão invisível seduziu e ainda seduz uma fracção não irrelevante daqueles que mandam.» - extracto do prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa.


Lurdes Feio
Nascida em Lisboa e Jornalista profissional desde 1975, Lurdes Feio iniciou o seu percurso académico na área de Germânicas, mas cedo se deixou conquistar pela escrita e pelo jornalismo. Teve o seu primeiro contacto com o mundo da Imprensa ainda enquanto estudante da Escola Superior de Meios de Comunicação Social de Lisboa, tendo exercido então funções de assistente dos correspondentes em Lisboa da Associated Press (1973) e da Reuters (1974), em regime de part-time.
Em Junho de 1975, ingressou no recém-criado semanário «O Jornal», onde se profissionalizou e se manteve ao longo de 18 anos, até ao fecho da publicação. Já como Jornalista do V Grupo com a categoria de Grande Repórter, integrou, em 1993, a equipa fundadora da revista Visão, com as funções de Editora de Política Nacional. Viria a abandonar em Outubro de 1999, altura em que passou a trabalhar como jornalista free lance, tendo colaborado com diversas publicações especializadas nas relações entre Portugal e os PALOP.
Simultaneamente, desenvolveu actividade como tradutora de espanhol, francês e inglês para várias editoras e agências de tradução.
Detentora de dois prémios de jornalismo atribuídos, respectivamente, pela Associação Industrial Portuguesa e pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, teve um início de percurso diversificado como repórter generalista até que, a partir de metade da década de oitenta, passou a dedicar-se, praticamente em exclusivo, ao jornalismo político.
Entre 2001 e 2004, colaborou com o antigo Instituto da Cooperação Portuguesa, mais tarde Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, tendo sido responsável pela edição de uma revista temática sobre Cooperação. Entre 2007 e 2011, retomou a edição da referida revista, mas desta vez integrada na Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Literatura perde Carlos Fuentes

O escritor mexicano Carlos Fuentes, morreu ontem aos 83 anos, um dia depois de ter sido agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade das Ilhas Baleares. O seu último livro, Adão no Éden, foi recentemente publicado em Portugal pela Porto Editora.

Poesia e pequenos em concurso no 'Entardeceres'

Decorre até 31 de Maio um concurso de poesia e pequenos contos promovido pelo programa Entardeceres, da Rádio Manobras (Porto). Bernardino Guimarães e Artur Jorge Paulino são os responsáveis pela iniciativa, a que podem ter acesso através do email: radiomanobras@gmail.com (Assunto: Entardeceres).

terça-feira, 15 de maio de 2012

Lançamento: 'Saber ao certo', de Margarida Fonseca Santos



Margarida Fonseca Santos apresenta hoje o livro Saber ao Certo no CES do Picoas Plaza, em Lisboa, às 18h30. O livroconta a história da revelação à família, por um adolescente, da sua orientação sexual. 
A ideia, segundo a autora, nasceu de uma proposta de Margarida Lima de Faria, da AMPLOS, com o objectivo de oferecer às pessoas de orientações sexuais diferentes e às suas famílias, um texto em que possam rever-se e sentir que não estão sós no seu percurso de vida.
A defesa da igualdade das orientações sexuais surge, neste texto de Margarida Fonseca Santos, como um conto com diversos capítulos que ilustram algumas das situações típicas para os que assumem a sua sexualidade diferente, perante os diversos membros da família e os outros.
A edição, da Estampa, é bilingue, com uma cuidadosa tradução de Marina Erlich e Sofia Norton. Os direitos de autor revertem a favor da AMPLOS.









quarta-feira, 25 de abril de 2012

Um português inquieto entre Lisboa e Pequim


O Português Inquieto, de Kunal Basu, com a chancela da ASA, conta a história de António Maria, jovem médico da Lisboa de 1898, também afamado playboy, que descobre que o seu pai está a morrer de sífilis, a terrível praga que afecta todas as camadas da sociedade. 
Órfão de mãe desde criança, António não se conforma com a ideia de perder o pai tão cedo. Mas os seus conhecimentos médicos de nada servem neste caso. Determinado a encontrar a cura, parte para Pequim, na esperança de que a medicina tradicional chinesa tenha a resposta que teima em escapar ao Ocidente. Sob a orientação do Dr. Xu, António inicia-se naquela prática ancestral. Contudo, esta não vai ser a sua única revelação a Oriente. Quando conhece a sedutora e independente Fumi, ele apaixona-se pela primeira vez. 
A Rebelião dos Boxers ameaça entretanto todos os estrangeiros a viver no país e António terá de decidir-se rapidamente entre a fuga e a permanência na China, a sua segurança pessoal e a possível cura para o pai. E há ainda Fumi, o amor a que ele não tenciona renunciar e que o leva a questionar tudo, alterando irreversivelmente o rumo da sua vida.
O autor, Kunal Basu, nasceu em Calcutá e estudou na Índia e nos Estados Unidos. Escreveu mais três romances aclamados pela crítica e um livro de contos – The Japanese Wife – que deu origem a um filme.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Buchholz: Novo livro de Rita Taborda Duarte

Rita Taborda Duarte escreveu e Maria João Lima ilustrou O Manuel e o Miúfa, O Medo Medricas, lançado hoje na BUchholz, em Lisboa, pela Caminho. Tudo sobre uma família de medos que vive debaixo da cama do Manuel.
Rita Taborda Duarte nasceu em Lisboa, em 1973. Licenciou-se em Estudos Portugueses e actualmente é professora na Universidade da Beira Interior. Em 2003 recebeu o Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian, com a obra A Verdadeira História da Alice. Publicou ainda, na Caminho, A Família dos Macacos, Os Piolhos do Miúdo / Os Miúdos do Piolho, O Tempo Canário e o Mário ao Contrário e Experiências Descritivas. Dos sentidos das coisas – círculos (poesia).

Estoril: Emagrecer com Teresa Branco

Um tema de 'peso', o de Teresa Branco, que lança amanhã, no Wellness Center, Estoril, o livro Emagreça Comigo, com a chancela da Lua de Papel (Grupo Leya). A autora participou no programa Peso Pesado, da SIC e aproveita agora para fazer vingar o seu conhecimento sobre a luta contra a obesidade. Nunca é demais, especialmente de uma autora nacional.
Dominar o metabolismo dos hidratos de carbono e o stress, entre outras coisas, são parte das soluções que este livro apresenta. E, ao que parece, é mais simples perder peso e manter a linha do que julgamos. Nada como experimentar. A apresentação da obra será feita por Ana Rita Clara.
Teresa Branco licenciou-se em Educação Física e Desporto na Faculdade de Motricidade Humana, onde concluiu o mestrado em Exercício e Saúde e o doutoramento em Gestão do Peso. O seu percurso académico prosseguiu na Universidade de Harvard, onde realizou os cursos de Medicina do estilo de vida/ Nutrição, Prescrição do exercício, Gestão do Stress e Gestão do Peso (2010), e na Universidade de Cambridge onde fez o curso de Prevenção e Tratamento da Obesidade, desenvolvido pela International Association for the Study of Obesity (2011).
É autora dos livros Estratégias Para Gerir o seu Peso (2007), Você Pode Mudar de Vida (2009) e Peso Pesado (2011), que foi o livro de dietas mais vendido em Portugal nesse ano.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Antero de Quental comemorado no Google

O 170º aniversário do escritor português Antero Tarquínio de Quental é hoje assinalado pela Google na sua página de busca. Quental nasceu e morreu em Ponta Delgada, Açores, onde se suicidou aos quarenta e nove anos, com dois tiros, num banco de jardim. Sofreria de distúrbio bipolar.
Fez parte da Geração de 70, foi um dos fundadores do Partido Socialista Português e do jornal República. Muitas das suas obras estão disponíveis em ebook e podem ser descarregadas gratuitamente na Internet, através da Wikipédia e de outros sites nela indicados.

Pottermore junta Harry Potter e leitores online

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J. K. Rowling anuncia no seu site um novo livro, Pottermore, que é também uma nova experiência para os fãs do seu mais conhecido herói, Harry Potter. A obra poderá ser lida online e os leitores serão participantes activos, a quem se juntará J. K. Rowling, que se propõe partilhar com o público mais pormenores de Pottermore e da saga que a tornou internacionalmente conhecida.
Rowling promete igualmente acesso a ebooks, nos quais se incluem, pela primeira vez, os sete volumes das aventuras de Harry em formato digital. Para os adeptos, será mais uma oportunidade de mergulhar no mundo criado pela autora inglesa em torno da magia e dos apetecíveis poderes ocultos na imaginação de cada um.

Marita Ferreira

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Mia Couto apresenta livro na Póvoa do Varzim

No dia 4 de maio, sexta-feira, às 18h00, apresentação do livro A confissão da leoa, de Mia Couto, seguida de sessão de autógrafos, no Diana Bar.

O escritor moçambicano Mia Couto vai apresentar o seu novo livro, A Confissão da Leoa, na Póvoa de Varzim. A Editorial Caminho é de novo a responsável por mais esta obra do popular escritor, descrita com um pequeno excerto do texto: Os nossos jovens colegas trabalhavam no mato, dormindo em tendas de campanha e circulando a pé entre as aldeias. Eles constituíam um alvo fácil para os felinos. Era urgente enviar caçadores que os protegessem. Os caçadores passaram por dois meses de frustração e terror, acudindo a diários pedidos de socorro até conseguirem matar os leões assassinos. Mas não foram apenas essas dificuldades que enfrentaram. De forma permanente lhes era sugerido que os verdadeiros culpados eram habitantes do mundo invisível, onde a espingarda e a bala perdem toda a eficácia. Aos poucos, os caçadores entenderam que os mistérios que enfrentavam eram apenas os sintomas de conflitos sociais que superavam largamente a sua capacidade de resposta. Vivi esta situação muito de perto. Frequentes visitas que fiz ao local onde decorria este drama sugeriram-me a história que aqui relato, inspirada em factos e personagens reais.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

"Coisas que nunca", de Inês Lourenço

Um livro condensado, lúcido e mordaz, este Coisas que nunca, de Inês Lourenço, lançado em Agosto pela & Etc. A poeta, do Porto, já foi editora de uma revista de poesia (Hífen -  Cadernos de Poesia), na qual lançou muitos novos talentos das letras portuguesas.
Dividido em três partes (Coisas que nunca, Crónicas e Alguns Epitáfios), é o nono livro da autora, desenhado de forma pragmática e segura sobre temas em que é fácil rever a sua forma de estar: nostálgica (Há coisas que nunca / tivémos em criança e perdem / o valor para sempre. Aquele sempre / dos primeiros dez anos, onde o tempo, / as pessoas, as coisas / parecem enormes e indestrutíveis [...]), crua (Além de à puta que [nos] pariu, / há quem nos mande / para a cona da [nossa] prima ou / para os cornos do [nosso] avô. Envio / arcaico do sangue e do ódio / dos homens e das mulheres, / herança de que nunca / somos deserdados.), crítica (Emudecer o afe[c]to português? / Amputa a consoante que anima / a vibração exa[c]ta / do abraço, a urgência // tá[c]til do beijo? Eu não nasci / nos Trópicpos; preciso desta interna / consoante para iluminar a névoa / do meu dile[c]to norte.) ou simplesmente terna na memória de felinus queridos (A Maria Tobias era preta / e branca. Na parte branca era / Tobias e era Maria na preta. Morou / connosco cinco anos. No sexto, numa / quinta-feira santa pôs-se a dormir / depois de um longo jejum. Ficaram-nos / nas mãos festas desabitadas e os poucos / haveres: uma malga, uma manta, um bebedouro, / que não lográmos enviar / para a nova morada.).
Para ler com atenção, estas Coisas que nunca que Inês Lourenço debita depois de Cicatriz 100% (Editora das Mulheres, Lisboa, 1980), Retinografias (Editora das Mulheres, Lisboa, 1986), Os Solistas (Limiar, Porto, 1994), Teoria da Imunidade (Felício & Cabral, Porto, 1996), Um Quarto com Cidades ao Fundo (poesia reunida, 1980-2000, com vinte inéditos, Quasi Edições, V.N. Famalicão, 2000), A Enganosa Respiração da Manhã (Edições Asa, Porto, 2002), Logros Consentidos (Ed.& etc, Lisboa, 2005) e A Disfunção Lírica (Ed. & etc, Lisboa, 2007).
M.F.